Novembro Azul: agora é a vez deles

Se em outubro diversos monumentos e pontos turísticos foram coloridos de rosa para chamar a atenção para a necessidade de elas se prevenirem contra o câncer de mama - o mais letal entre as mulheres - agora é a vez de outra cor e de outro gênero. A campanha Novembro Azul visa conscientizar os homens da necessidade de cuidar da saúde - em especial do câncer de próstata, o mais comum após o de pele.

O início da campanha é curioso: um grupo de amigos australianos, preocupados com a saúde de seus colegas, decidiu deixar o bigode crescer por um mês - novembro de 2003. O dinheiro que economizariam com lâminas de barbear e outros produtos seria doado a alguma entidade de ajuda à saúde masculina. Como eram poucos, claro, não arrecadaram muito. Mas o bigode chamou a atenção de mais gente e no ano seguinte a campanha cresceu e hoje é mundial - desde o início, mais de 480 milhões de euros já foram arrecadados nos cinco continentes.

No Brasil, o principal foco é mesmo o câncer de próstata. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), um em cada seis homens possui a doença. Cerca de 69 mil casos são diagnosticados a cada ano. Mesmo assim, há uma grande resistência a consultas urológicas: apenas metade dos brasileiros em idade para fazer o exame (a partir dos 45 anos) já foi a um urologista. A prevenção é importante pois, quando diagnosticado cedo, o tumor desaparece em 95% dos casos.

Aproveite o mês para alertar sua empresa e seus companheiros de trabalho para a necessidade de deixar o preconceito de lado e realizar os exames preventivos. Seguem algumas sugestões de mobilização que você pode organizar com seus colegas na sua empresa:


Todos de bigode

Voltar à origem da campanha é uma boa forma de chamar atenção para a iniciativa. Combine com os amigos de não rasparem o bigode ao longo de novembro. O novo visual certamente provocará perguntas, cuja resposta deve ser “já cuidou de sua saúde e procurou um médico?".

A página da campanha Novembro Azul possui panfletos explicativos sobre o câncer de próstata. Use esse material para informar. Ah, os amigos podem também fazer uma vaquinha com o dinheiro que gastariam com barbeiro, lâminas, cremes etc e doar para uma ONG como o Instituto Lado a Lado Pela Vida, que foca na saúde masculina.


Organize uma Palestra

Que tal chamar um especialista para fazer uma palestra sobre o bem-estar dos homens? A SBU e o Instituto Lado a Lado possuem indicações. Se não der, uma alternativa é exibir vídeos educativos. Este, bem curto, traz uma explicação sobre o tema, assim como este, que conta com o ator Tiago Abravanel.


Participe dos eventos marcados para celebrar a data

Para quem está em São Paulo, o MASP recebe, no dia 5, profissionais de saúde para orientar pessoas sobre a importância de se fazer exames e explicar os principais sintomas da doença e suas variações. Começa às 10h e é grátis. Já Brasília terá uma corrida temática em 21 de outubro. Mais informações na página do Facebook.


Saiba mais sobre o câncer de próstata

O que é?

Segundo a SBU, é “o resultado de uma multiplicação desordenada das células da próstata”, o que leva a glândula a endurecer.


Quais são os sintomas?

No início, o câncer de próstata não possui sintomas, que aparecem apenas em estágio avançado em 95% dos casos. Daí a importância de exames preventivos.


Quando realizar os exames preventivos?

Homens a partir dos 50 anos de idade (ou 45, se houver casos de câncer de próstata na família), devem procurar um urologista anualmente para realizar os exames preventivos.


Quais são os exames?

Um deles, mas não o único, é o de toque retal. Ele é rápido e indica se há alteração na próstata. Se houver, o médico pode solicitar outros exames, como PSA (Antígeno Prostático Específico), ultrassom transretal e biópsia da glândula, que consiste na retirada de fragmentos da próstata para análise. Só então é feito o diagnóstico.


O que causa?

Não se sabe com certeza. A doença costuma aparecer em homens com mais de 65 anos, mas as chances de desenvolvê-la aumentam em até 50% se há casos de câncer na família.

Outros fatores, como o estilo de vida, alimentação inadequada à base de gordura animal e pobre em frutas, legumes, verduras e grãos também podem interferir.