A Fundação Nova Vida é uma ONG apoiada pelo Governo do Estado de SC. Essa entidade presta apoio a todo o estado, sendo assim, recebem muitas solicitações de ajuda, uma delas foi da Comunidade de Catadores de berbigão da Tapera e é essa história que adotamos e vamos contar a seguir.
Existe um marisco que é muito apreciado fora do Brasil, chamado Vongole, aqui é conhecido por Berbigão. Existem algumas pessoas no sul da ilha de Florianópolis que há várias gerações se mantinham apenas da coleta do Berbigão, essa coleta era tão farta que, inclusive, permitiu que fosse criada uma teia de empregos beneficiando toda uma comunidade e atraindo pessoas de fora para essa prática, mas hoje está em situação de altíssimo risco social após um desastre ecológico que ocorreu na região.
Essa comunidade está passando por uma crise financeira, cultural e de identidade. Muitos deles não tem perspectiva para sair dessa situação, pois mais de 90% dessa comunidade é formada por pessoas de pouca ou nenhuma instrução e que se viram, de uma hora para outra, sem renda e sem perspectivas. A maior parte deles só teve essa atividade por toda a vida.
O desastre ambiental foi causado por vários fatores, mas o que desencadeou e pode-se considerar como decisivo para o término do Berbigão da Tapera foi o vazamento de óleo de uma empresa nas proximidades. A UFSC está estudando uma possibilidade de tentar recuperar e recolocar a larva nesse ambiente, mas essa tentativa, se vingar, pode demorar até 2 anos. E essa gente já está há mais de 2 anos imersos nessa crise; dificilmente passarão por mais 2 anos ilesos.
A coleta do berbigão não é apenas uma rede geradora de renda, mas também, e principalmente, um comportamento cultural que está nessa comunidade a gerações.
Dentro desse grande grupo há subgrupos, como o de idosos com mais de 60 que nuca contribuíram para previdência.
Envolvidos nesse tema existem muitos interesses políticos que fogem a nossa responsabilidade e foco, mas nós, os Voluntários da Ilha, traçamos duas frentes de ajuda para esse primeiro momento: Coleta de mantimentos, que iniciará nessa próxima semana e se estenderá até final de setembro e na sequência catalogaremos e entrevistaremos a comunidade para identificar outras aptidões com a intenção de tentar inseri-los em outras atividades enquanto o ambiente se recupera. Estamos trabalhando em um projeto para levar essas informações a empresas que possam absorvê-los e apoiar nossa causa, por meio de um site de empregos que estará no ar pelo período de pelo menos 6 meses.
Também faremos uma rifa para aumentar o capital e tentar sanar algumas outras necessidades que identificamos na comunidade.
O trabalho com essa comunidade se estenderá por um período maior do que o prazo da gincana.
Um grande abraço a todos!